"Sofrimento que não passa": vamos falar sobre depressão?

Quando falamos de depressão não nos referimos a pessoas que estão passando por momentos de tristeza que, passados alguns dias estarão bem novamente, tocando a vida em frente. Falamos de indivíduos que experimentam um alto grau de sofrimento, uma tristeza intensa e de longa duração. O indivíduo deprimido sente-se incapaz de contornar seus problemas, podendo experimentar alto grau de desesperança em relação ao presente e ao futuro.

A depressão modifica a percepção da pessoa de si mesmo e do mundo, de modo que ela passa a enxergar suas problemáticas como grandes catástrofes. Pode levar o indivíduo a sentir um “efeito bola de neve”, sentindo cada vez maior dificuldade em resolver seus problemas, que podem parecer estar se multiplicando. Alguns sintomas são: apatia e perda da capacidade de sentir alegria ou prazer, irritabilidade, perda de interesse e falta de esperança perante a vida, tristeza e sentimento de desespero, sentimento de inutilidade, culpa, atraso motor ou agitação, dificuldades em se concentrar, ideias agressivas, desolação e múltiplas queixas somáticas (insônia, fadiga, perda de peso). Existem diferentes tipos de depressão, que são diagnosticados a partir dos seus sintomas, da duração e intensidade. A depressão traz prejuízos na vida do indivíduo, podendo comprometer não só sua saúde física e mental, como também sua vida laboral e suas relações sociais.

O tratamento requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico, além de tratamento medicamentoso. Embora os medicamentos tragam a sensação de melhora, a psicoterapia é fundamental. O psicólogo pode auxiliar identificando a causa da depressão, quais as reações da pessoa frente a determinado problema e desenvolverá um processo de gerenciamento de emoções e comportamentos. Com o passar do tratamento é esperado que se recupere o prazer em viver, o sentimento de controle sobre a vida, e uma melhora na capacidade de lidar com os obstáculos do cotidiano.